domingo, 14 de fevereiro de 2010

Teletransporte e Vasos Receptáculos. - Primeira Parte.

      Desde criança, o pequeno Joaquim Sabienzzo, a quem vamos focar a atenção nessa história singular de como boas idéias podem mudar o mundo, para melhor ou pior, sempre fora criativo. Enquanto as outras crianças brincavam com bonecos e bonecas, jogavam bola e claro, passavam na verdade metade do dia em frente ao computador, ele gastava suas tardes depois da aula inventando ferramentas e dispositivos, que não serviam para nada especial é verdade, mas o importante aqui é citar sua singular criatividade e habilidade mental no quesito criação. Pois bem, não entraremos mais em detalhes de sua infância, até porque, tirando seu dom especial, nada o diferenciava de uma criança normal. Talvez pelo fato de ele ser só uma criança; não se pode esperar muita coisa delas. E é por isso que todo seu período infanto-juvenil será a partir de agora ignorado, para aprofundarmos na fase de sua vida que rende mais material para essa história. Enfim, com um pouco de paciência, todos os leitores futuros saberão da existência dos Vasos Receptáculos e as mudanças que os mesmos acarretaram com sua invenção.

12 anos depois

    Joaquim pediu um café. Nessas horas ele não gostava de ingerir álcool, podia distraí-lo e era exatamente o contrario do que ele pretendia. Ele estava naquela época de brainstorm criativo, tudo podia fazer com que ele tivesse sua grande ideia, a ideia que esperava há anos, desde criança. Inventar algo de útil era algo a se perseguir, em sua opinião. Embora estar naquela taverna fétida, com aquele bando de hipócritas, sujos, prostitutas e porcos não ajudaria no êxito de seu projeto. O que lhe mais incomodava no lugar era o pensamento neosocialista utópico que grudava feito lama nas cabeças dos jovens. Por último, era preciso agüentar o choro insuportável daquele vibraolão* e o instrumentista que o tocava. Era conhecido como Einsam. Um bom rapaz é verdade, mas Joaquim não se sentia obrigado a gostar do que Einsam chamava de música. Engoliu com alegria o último gole do café, deu uma gorjeta à garçonete pelo seu serviço e retirou-se da Taverna Pós-moderna*.

     Curiosamente, foi no caminho da taverna para sua casa que Joaquim conseguiu ter a sua tão ansiosamente esperada ideia. Exatamente quando colocava uma máscara antipoluição e colocova o pé na rua*, tal pensamento veio-lhe à cabeça. “Pra quê temos que agüentar toda essa poluição todo dia? É verdade, causamos isso. Mas agora que já está feito, por que não amenizar toda essa difícil situação? Sofreríamos menos, sem ter que agüentar essa fumaça e esse ar alérgico. E por outro lado, os ultraônibus* não conseguem mais suprir sua demanda como antes; por conta do inchaço urbano, certamente. Só criando outro meio de transporte; um meio ainda mais efetivo que os ultraônibus e que evitasse o contato com a poluição das ruas. Vou ligar pro AJ. É isso. Chegou a hora”


     - Alô? A.J.?
     - Sabienzzo? Como está garoto? Faz tempo que não liga. Quais são as novidades?
     - Tudo está como sempre, normal. Talvez não tão normal. Eu finalmente tive uma ideia boa, dessas que vai mudar o mundo. Estou com um bom pressentimento quanto a isso. Mas irá custar muita grana. E é aí que eu preciso da sua ajuda.
     - De novo com esse papo, garoto? Quantas vezes você já me disse isso? “Uma idéia que vai mudar o mundo”. Francamente, da última vez me fez perder um bom dinheiro.
     - Poxa A.J. você é meu agente ou não? Dessa vez é sério, nada comparado com tudo que eu fiz até agora. Tenho tudo planejado, A.J., dessa vez, com algo que realmente vai mudar o mundo.
     - Joaquim, eu sempre confiei em você e não é dessa vez que vou lhe deixar na mão. Encontre-me na taverna pós-moderna, às 15:00, e se sua idéia for tão grandiosa como diz, farei de tudo para lhe arranjar o dinheiro necessário para isso.
     - A.J, você sabe que o ambiente daquele lugar não me agrada
     - Pois bem, então. Encontraremos-nos naquela lanchonete perto da sua casa.
     - Ok então. Tchau.
     - Tchau garoto, espero não desperdiçar meu tempo.

Continua...

N.E.
*1 - vibraolão: instrumento musical semelhante a uma guitarra, com características acústicas de um violão e sonoridade rítmica de um vibraphone.
*2 – Estabelecimento muita famoso da época. Para uma melhor descrição da taverna, vide “A Taverna pós-moderna - Uma descrição”.
*3 – devido a impureza do ar contemporâneo a Joaquim, as pessoas tiveram que andar nas ruas com máscaras.
*4 – Transporte de massa super veloz. Transportava 100 pessoas por viagem e funcionava 24 horas por dia fazendo mais de 1000 viagens diárias.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Don't let me down

If you say that all I write is 'down'
Is because 'down' is how I feel
And it's all that I can write about
So, don't let me down

Don't let me down
Don't let me down.