terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O episódio no ônibus.




     Todas as manhãs Einsam andava de ônibus, fazendo o trajeto casa-escola-casa. Há pouco mais de quinze anos ele repete esse percurso diariamente, de modo que nada o surpreende no quesito ônibus, como já era de se esperar. Eis que em certo dia de Dezembro, próximo às férias escolares um episódio particularmente estranho aconteceu.

     Einsam era, em comparação com os meninos de sua idade, bastante amadurecido. Ele tinha 15 para 16 anos. Adorava ouvir música e ler livros. No seu quarto, as coleções de discos de vinil e livros iam se amontoando pelos cantos, motivo de reclamações por parte da mãe. Realmente fazia parte da rotina de Einsam ler, sobretudo durante sua constante odisséia matinal. E foi um livro o protagonista desta estória, pensando por todos os ângulos e desvirtuando do que seria o foco para a maioria das pessoas que leram ou lerão essa humilde narração.

     Neste dia singular, Einsam acordou pontualmente às seis horas da manhã e foi logo lavar o rosto. Não teve nenhum sonho especial na noite anterior, o que o decepcionava na maioria das vezes. Após tomar seu regular café-da-manhã, geralmente um copo de suco ou leite e um pão com manteiga, ele saiu de casa, às seis e meia.

     Depois de uns cinco minutos de espera, o ônibus finalmente chegou. Pediu parada, subiu, pagou a passagem e escolheu um lugar pra sentar-se, sem nenhuma dificuldade, um fato não tanto comum durante suas viagens. O ônibus estava quase vazio, estando presente lá, uma senhora junto com uma criança, um jovem aparentando ter seus 19 anos e um homem um tanto estranho, com um terno diferente e um grande relógio de pulso, além do motorista e o cobrador, é claro. Era bastante estranho uma pessoa usar terno no verão, ainda mais numa cidade tão quente, apesar do frescor matinal que fazia por volta das sete da manhã. Einsam sentou-se duas cadeiras atrás do senhor estranho. Como de costume, abriu seu livro e começou a ler.
   
     O cenário da cidade pela manhã, juntamente com o silêncio sendo incomodado pelo barulho progressivo das pessoas saindo de casa, era um atrativo para a leitura, achava Einsam. O senhor estranho sentou-se mais próximo dele e começou a puxar papo. “Pronto, lá vem...” - pensou Einsam. Convenhamos, apesar de ele ser uma pessoa tranqüila e serena, ser incomodado por pessoas alheias, tão cedo da manhã e durante o trajeto maçante que fazia todo dia não era algo considerado ideal pra o menino.

     - Qual é o seu nome? – perguntou o senhor estranho.

     - É Einsam. E o seu? – respondeu prontamente o garoto, contrariando as regras de segurança impostas pela mãe.

     - Eh...Schicksal, mas pode me chamar de Sr. S. – falou Sr. S com um sotaque estrangeiro, lembrava alemão.

     -Schicksal? Um pouco estranho... –disse Einsam. “Combina com sua aparência”, pensou após terminar de falar, mas não expôs esse pensamento.

     - Sabe esse livro que você está lendo? É realmente curioso, realmente curioso... – disse Sr. S.

     - O que é curioso? – disse o garoto.

     - O que é curioso? Bem, várias coisas, pra ser sincero. Você deve ter cerca de quinze anos, certo? Pois, o curioso é que quando eu tinha a mesma idade que você eu li esse mesmo livro, neste mesmo ônibus. O mais curioso de tudo é que você lembra muito minha aparência quando eu tinha a sua idade. Bastantes coincidências, não acha? - falou o Sr. S.

     - Realmente é curioso. Você gostou deste livro? – disse Einsam, já gostando do papo um tanto quanto singular.

     - Gostei sim, história bacana, fala sobre destino e tal. Bem, chegou minha parada...foi um prazer conversar com você Einsam. Belo nome por sinal! Até Breve! – despediu-se Sr. S.

     - Obrigado Sr. S. Até breve! – o menino agradeceu e retribuiu a saudação.

     Ao se levantar, o Sr. S deixou cair um papel amassado do seu bolso. Ele estava lá, onde antes estava o próprio Sr. S. Einsam decidiu abrir e revelar o conteúdo do distinto papel. Nele estava escrito mais ou menos isso:

      “Das Ziel ist für alle Absichten und Zwecke, der Herr von Zufällen.”


     Como é de se esperar, Einsam não entendeu a mínima palavra do que estava escrito. Alemão definitivamente não era uma coisa que ele sabia ou pretendia aprender. Procurou depois traduzir essa frase em um dicionário que encontrou na biblioteca da escola. A Frase, traduzida ao pé-da-letra do dicionário, tirando assim um pouco da credibilidade da tradução, siginificava :


     “O destino é, para todos os efeitos, o Senhor das coincidências.”

sábado, 12 de dezembro de 2009

Porquê eu não existo.

“Porquê eu não existo.”


     Trinta e cinco anos passados desde o evento o qual convecionou-se chamar de nascimento, eu nunca tinha me sentido daquele jeito. Sombrio e solitário, era essa vida que eu levava. Eu sabia conviver com a solidão e o isolamento, assim como um náufrago que por imposição natural é obrigado a aprende-lo também.

    Pois, um dia qualquer, (sempre é um dia qualquer, nunca um dia especial; isso só comprova minha teoria explicitada abaixo.) eu senti minha mão direita começar a desaparecer, começando lentamente pelas unhas até a ponta dos dedos; dos pequenos ossículos e falanges ao pulso. Uma a uma, cada camada de pele ia se extinguindo. Em seguida, foi a vez dos músculos, tendões e ossos, até o momento em que minha mão ficara totalmente desaparecida, como se eu tivesse sofrido um acidente, ou ela tivesse sido decepada. Com o pânico, gritei alto. Muito alto mesmo, acordando meus familiares; todos vieram igualmente assustados. “Amanhã irei ao médico. Mas que tipo de médico trataria de tal desventura?”, pensei comigo mesmo. Naquele ponto isso não importava mais; tais assuntos mundanos. Foi a última vez que me preocupei com algo relacionado ao ser humano, porque eu estava deixando de ser um.

     Agora, de modo mais rápido, meus membros inferiores e superiores, juntamente com meu tronco iam por sua vez desaparecendo, até sobrar, como uma espécie de consolo, a cabeça. Eu sabia, tinha chegado minha hora. Eu fiz meu último contato visual com minha família. Adeus. Minha fonte de consciência se desfez; esfacelou-se no ar minha toda e qualquer existência. Eu tinha simplesmente deixado de existir, nos conceitos terrenos.
    
     Mergulhei profundamente no nada. Algumas culturas diriam que eu estava em alto estado espiritual. Julgariam erradamente. Outras pessoas poderiam dizer que eu tinha sido ”deletado” de uma espécie de mundo virtual. Seria muito prematuro e errôneo julgar isso também. Por fim, os conservadores diriam que eu tinha morrido. Novamente, seria algo incoerente de se dizer. Porque eu não havia sentido nenhum tipo de dor, muito menos tinha ido pro céu, inferno ou purgatório ou nada entre esses três. Eu havia curiosamente mergulhado no nada. Um obscuro e ao mesmo tempo suave nada. Na verdade um nada paradoxal, pois, como eu poderia estar no “nada” se nada existe. Não seria o “nada” a não-existencia? Paradigmas e paradoxos. Nada ou nada. Nada e nada.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O paradoxo do escritô

     Certa vez eu estava bastante entediado e decidir brincar de ser escritor. Criei então um personagem; ele também era um escritor. Eu sei ,isso parece estranho, mas eu pensei: por que não? Com isso, o personagem criou vida. Na minha história, o personagem que era escritor resolveu fazer uma história. Curiosamente, na sua história havia um personagem cuja profissão era também de escritor. Pronto, a confusão estava feita.
     Qual personagem era real? Eu, que comecei essa bobagem toda? O primeiro escritor? Ou o escritor do escritor? Ou ainda pior: como ter certeza que isso tudo era real? Afinal, eu poderia muito bem ser uma criação de uma pessoa que estava entediada e resolveu escrever uma história cujo personagem principal também era um escritor. Não é mesmo?
     Uma história em altos níveis, eu concordo. Confusão total. Mas não é a vida uma confusão? Um paradoxo, ou talvez, vida e morte sejam realmente abstrações não-quantificáveis.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"A caixa" - terceira parte

"A caixa" – terceira parte


O Passageiro negro conteve suas lágrimas e antes mesmo que começasse a se arrepender de tudo o que havia feito até então, revirou a caixa. Surpreendeu-se com seu conteúdo. Nela havia três coisas particularmente curiosas: uma tesoura, uma página em branco e um coração. “Agora eu entendo tudo. Ela era sem dúvida uma pessoa brilhante. Talvez a caixa signifique a própria vida; foi isso que ela quis dizer... o coração é um signo óbvio para a vida (como também, o amor), a página em branco é uma referência ao destino; nós escrevemos nossa própria sorte. A tesoura... a tesoura significa toda a dor, morte e os males terrenos. Incrível.”
E então, de modo a fechar o ciclo, Passageiro Negro deposita o seu coração na caixa, despedindo-se da vida. Ele realmente a amava.





“Ninguém questiona a caixa”.

"A caixa" - segunda parte



"A caixa" - segunda parte


- Vai logo porra! Abre logo isso!!
- Calma! Calma! Ainda tem dez segundos antes de o alarme apitar – ponderou Sábio Cinza - Tô quase conseguindo!
Então a caixa é aberta. Rapidamente, Passageiro Negro rouba do Sábio Cinza a tão valiosa caixa. Seu interior é reluzente, lembrando o brilho de diamantes.

- Puta que pariu! Tanto esforço, tanta gente morta pra isso? Você só pode estar de brincadeira comigo - falou Tigre Branco.
- Qual é a regra número um? Não! Questione! A caixa! – esbravejou Passageiro negro. Ao mesmo tempo em que intensificava cada palavra da regra, um tiro se ouvia. Os tiros iam em direção ao Tigre Branco e o acertaram em cheio.
- Não cara, pare com isso, você não precisa...
Como já acontecera antes, Passageiro Negro tirou a vida de mais um companheiro. Dessa vez, curiosamente, do seu mais antigo e estimado amigo, Sábio Cinza. E o Guerreiro Azul também não foi poupado; atingiu-lhe a cabeça logo após matar Sábio Cinza, não sendo possível esboçar-se uma mínima reação sequer. O Passageiro negro conteve suas lágrimas e antes mesmo que começasse a se arrepender de tudo o que havia feito até então, revirou a caixa. Surpreendeu-se com seu conteúdo. Na caixa havia (...)

2 horas antes da reunião:

- Sabe por que Pink Floyd é a melhor banda de todos os tempos?
- Cara, você já ouviu falar em Beatles?
- Bicho, Beatles é um quarteto de moças. Pink Floyd é um grupo diferente, quase uma entidade, já que a banda passou por diversas fases e formações;
- tudo bem, então quer dizer que no seu mundo também não existem Rolling Stones, Led Zepellin, The Doors. Jimi Hendrix...
- Todas essas bandas são marcantes, eu concordo. Mas Pink Floyd é diferente. Rock progressivo te leva a outro mundo, “to the dark side of the moon”. É um som complexo, imaginativo, obscuro. A sensação de ouvir os solos de Gilmour em “Dogs” ou em “Comfortably Numb” ou em “Money” ou “Echoes”. Bicho, Pink Floyd compôs o melhor álbum de todos os tempos, “The dark side of the moon”. O que falar de Roger Waters? Um gênio. Shine on you crazy diamond. Enfim(...)
- Ei! Ei! Ei! Consegui, consegui!
- Vamos escolher os codinomes agora:
Os cinco componentes entreolharam-se. Em cima de uma mesa havia um pote com alguns pedacinhos de papel. Nos papéis havia nomes.
- Eu escolho “Sábio Cinza”, afinal fui eu que descobri a localização da caixa.
- Eu escolho “Cobra Verde” porque sou eu que vou ter que me esgueirar pelo chão e subsolo até chegar à caixa.
- Eu escolho Tigre Branco, já que eu forneço as armas da equipe. Agressividade combina comigo. Só falta vocês dois agora...
- Você primeiro!
- Pois não. Eu escolho o codinome de “Passageiro Negro”
- Sobrou então “Guerreiro Azul”.
(...)

domingo, 8 de novembro de 2009

"A caixa" - primeira parte

"A caixa".





- Você primeiro!
- Pois não. Eu escolho o codinome de "Passageiro Negro".
- Sobrou então "Guerreiro Azul".
- Repassando o grupo então: Tigre Branco, Cobra Verde, Sábio Cinza, Passageiro Negro e Guerreiro Azul" -
disse o Guerreiro Azul. - Vamos ao plano!
- Antes temos que traçar nossos objetivos - completou Tigre Branco, quase sarcasticamente, não acreditando no potencial bélico e ideológico do grupo recém-formado.
    
     - O plano é simples: Usando cálculos integrais e diferenciais, Sábio Cinza conseguiu encontrar a provável localização da "caixa". Usando todo nosso poder de fogo, a tática é simples: "Seek and Destroy", ou seja invadir, achar e sair. Podemos contar com a influência do Tigre Branco para contratar mercenários, ou até mesmo subornar a segurança local, claro se vocês concordarem com isso, não quero tirar toda a diversão do negócio. - disse o Passageiro Negro, tomando de forma relativa a liderança do grupo.

    Formou-se então "O Grupo". Não um grupo qualquer mas um grupo sem regras nem leis; a nova geração de um antigo grupo sem líderes que não possuia poder nem influência alguma. De fato, o novo "Grupo" era nada mais nada menos do que a organização mais letal já criada.

     - Qual é o conteúdo da "caixa"? Vale a pena medir tantos esforços assim por ela...
     
     Antes de terminar a frase, Cobra verde, beijando o chão e tornando rubro o ambiente, deixou sua breve existência terrestre. O Passageiro Negro atirou nele. Em seguida falou:

     "Ninguém questiona 'a caixa', que sirva de exemplo posterior. Será a nova regra a partir de agora: Ninguém questiona "a caixa"!

     E de um grupo com cinco componentes prévios, pacífico e sem líderes, O Passageiro Negro toma as rédeas e reduz para quatro participantes. Para ele era mais que o necessário. O Cobra Verde era um covarde sujo. Com certeza, resultante da influência facista de seu pai, Passageiro Negro muda a ideologia do "O Grupo": chega os novos tempos. É o tempo da "caixa" e para a "caixa" "O Grupo" direciona toda sua atenção.
(...)

sábado, 7 de novembro de 2009

"Tramas Tarantinescas"

"Apenas o fim"

- Ei, vem cá!

Com poucas palavras, o desejo se fez real,
ela estava vindo na minha direção.

- Acabou - eu disse secamente.

Pausa. Pensei e pensei. Pensei e parei.
Vomitei essas palavras sem ritmo:
"Acabou; a esperança. Vou embora, vou sair da sua vida."
Ouve-se um tiro de revólver atingir a cabeça do próprio atirador.
E foi assim que teve um fim. Uma história sem pé-nem-cabeça que não teve início,
muito menos um meio, chegou no fim e acabou.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O jovem autista/artista. - 2° ato

"O jovem autista/artista (ou O outro lado)".


Um dia conheci um jovem autista. Estava eu, sentada, a olhar pr'um céu aparentemente sem estrelas. Ele, olhando as estrelas aparentemente sem céu. Interroguei-me sobre o porquê de tamanha loucura, e então compreendi: Era um jovem autista. Seriam eles mais felizes que nós? Não sei, não sei.
Só sei que ele se virou para mim e disse: Dê cá um pouquinho de teu céu que eu te darei um pouquinho de estrela. Então a desconfiança me tomou por completo, mas apesar disso a ingenuidade continuava lá, intacta. Olhei demoradamente para ele, um demorado que para qualquer pessoa normal seria de uma 'brevitude' descompassada. Para mim era demorado. Ponto. Olhei, olhei. Então tomei um gole de coragem e disse: Pois bem. Troquemos então. Mas existe uma dúvida. e se a estrela morrer?

Foi então que a resposta mais assustadoramente doce e esperta de toda minha vida foi dita. E dita de um pulo só: É simples. Se ela morrer, então todo teu céu se encherá de pequenas estrelinhas.
Eu, aparentemente na maior contradição da minha vida, disse: Então é assim? Ela é uma estrela semente?
O jovem, que até então não tinha olhado para mim, finalmente saiu um pouco de um transe meio louco e olhou-me. Olhou. Olhou. Olhou e parecia que eu era de fato uma de suas pequenas estrelas. Então, disse: Sim. Tem que morrer pra germinar.
Eu, que sempre me achei um pouco perturbada do juízo, entendi todo o universo. As interrogações rapidamente se tornaram exclamações furiosas e ao mesmo tempo doces, docinhas que nem açúcar. Fiquei pensando acerca do assunto por questões de horas,
até que enfim pude acordar.
Acordei e dancei. Dancei como nunca. Mas nunca havia dançado. Era a dança das questões resolvidas. Não havia mais dúvidas. Tinha achado meu lugar. Corri à porta do quarto, e nunca mais voltei; fiquei no céu. E o céu ficou em mim: Estrela.






*texto de Taciana Barreto.

http://tacianabarreto.blogspot.com/2009/09/o-jovem-autistaartista.html

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Antes do encontro". - 1° ato




"Antes do Encontro."

- O que eu tô fazendo aqui? Não sei pra quê olhar tanto pro céu. - indagou-se o
artista/autista, sentado em alguma grama de alguma praça qualquer - Não preciso disso.

Eis que derrepente uma ponto de luz surge no céu. Mas para sua surpresa, não era um ponto
de luz ordinário, era algo diferente. Logo em seguida o ponto, cegando-o, brilhou como nunca
e desapareceu. É o preço que se paga por esperar.
Depois de semanas pensativo, o artista/autista resolveu tentar sair um pouco dos devaneios cotidianos do seu próprio mundo, ainda que isso exigisse muito esforço. claro que isso não deu em nada...
Então, contrariando até mesmo as leis da lógica e do bom senso, o inesperado aconteceu. Naquela mesma grama daquela
mesma praça qualquer, o mesmo ponto de luz ofuscante se materializou.
O ponto de luz deu origem à uma(...)


Depois de danças sinceras, alegres e ao mesmo tempo misteriosas, o artista/autista foi para sua casa (leia-se: para o seu mundo).



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"O reencontro." - 3° ato

Um certo dia, o jovem autista/artista(petista?) reencontrou-se com ela.
Na sua mente transtornada e avoada, procurou algo pra falar, pra quebrar o gelo.
Não conseguiu montar frase nem oração. Eis que ele se lembrou de que era um autista,
e como tal, lhe era permitido apenas observar. E como observar era bom. Percebe-se melhor mundo assim; de ambos os lados.
Pois, de modo meigo e gentil, a moça começou a falar. Ela falou durante alguns minutos; o que foi uma lástima porque ele adorava vê-la falar e observar o movimento sutil de seus lábios. Após terminar seu discurso, a Estrelinha voltou ao seu lugar de origem; o céu; ela aceitara o seu destino. Então, o autista/artista em seu devaneio cotidiano, chorou; era o choro das dúvidas. Não sabia se o que aconteceu era real.
Só sabia que a estrela continuava brilhando no céu.

domingo, 1 de novembro de 2009

Seção: [Whatever] - To beard or not to beard

To Be or Not to Beard?


Um "acessório" masculino que divide opiniões, entre homens e mulheres. Uns gostam outros não; outros odeiam, outros adoram.
Eu pessoalmente estou mais no lado dos barbados por dois motivos básicos:

1 - A barba impõe respeito e maturidade (às vezes, é claro, denota vagabundismo).
2 - Barbear-se não é uma tarefa tão fácil quanto parece(e quase sempre, sangrenta).





Na história da humanidade, muitas personalidades usam/usaram barba:

LULA - aprova o uso da barba.




ABRAHAM LINCOLN - foi o pioneiro na luta pelos direitos dos usuários de barba.




JESUS



BIN LADEN - lançou a moda que foi um estouro em Bagdá.




CHE GUEVARA - Junto com Fidel, lutou por toda américa latina barbada.





No mundo da música, isso também acontece:

DAVID GILMOUR - usa barba de forma progressiva.



LOS HERMANOS - a barba que usa eles.




No cinema/quadrinhos, muitos "Bad-ass-motherfuckers" são adeptos ao movimento:

CHUCK NORRIS. - Não consegue se barbear porque nenhuma gilete é capaz de arranhar sua face.





PAI MEI - odeia os malditos japas, pois eles não usam barba.




OBI WAN - está no lado barbado da força.




WOLVERINE - Só poupou o Dente-de-sabre porque ele usa barba.







E na semana que vem,





um post sobre o bigode!

sábado, 31 de outubro de 2009

Seção: [Poesia] - Ponto



Ponto.

Quando olhei acima,
vi um ponto brilhante que incandeava.
Mas que ponto era esse?
Muitos diriam se tratar de uma estrela.
Será mesmo uma estrela? Ou era só um ponto?
Esse ponto brilhante me cegou, forçou-me a pensar; refletir.
Estático e em movimento estava ele.
À contraponto, com sua beleza puntiforme, forçava as pessoas à olhá-lo
Parei de olhá-lo porque eu estava cego. Escolhi assim.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Seção: [Música] - Metal contra as nuvens.

(nesta seção, letras e comentários de música.)






Música da banda Legião Urbana, a campeã de músicas tocadas nas famigeradas "rodinhas
de violão". Apesar da "falta de qualidade" na parte instrumental (muito ligada ao período musical, os anos 80), Renato Russo consegue com muita maestria unir melodia e letra com muita emoção e conteúdo; algo raro no mundo da música.
Outra curiosidade "whatever" dessa música é que quando se fala em músicas longas, as pessoas costumam sempre se lembrar de "Faroeste Caboclo"(eu pessoalmente, além de "Faroeste", me lembro de "Stairway to heaven" e Pink Floyd) que possui duração de 9:51 minutos enquanto Metal conta as nuvens possui duração de 9:21 minutos, ou seja, tão longa quanto Faroeste.


Segue o link do vídeo no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=IDTs12pcvOM




Legião Urbana - Metal Contra As Nuvens


Não sou escravo de ninguém
Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
é a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.
Sou metal - raio, relâmpago e trovão
Sou metal, eu sou o ouro em seu brazão
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar:
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
é a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será minha terra
Tem a lua, tem estrelas e sempre terá.

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão
É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resitir -
Eu quero a espada em minhas mãos.

Sou metal - raio, relâmpago e trovão
Sou metal, eu sou o ouro em seu brazão
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar-
Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render:
Que caia o inimigo então.

Tudo passa, tudo passará
Tudo passa, tudo passará
Tudo passa, tudo passará

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E a..té lá, va..mos viver
Temos muito ainda por fazer.
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Seção: [Poesia]

"Nesta seção, poemas escritos por mim ou de outros autores"

Havia.

Há de haver o momento
Há de haver amor

Antes disso não havia
Aquela palpitação esquecida
Havia sim!
Não havia!!
Eu não a via...

Havia desejo? havia.
Havia paixão? havia.
Havia coragem? não havia.

Era como se fosse real
Como se fosse ideal
Vivo assim, pensando
E esperando, e esperando
e esperando...